quinta-feira, 5 de maio de 2011

Gueixas





A casa das gueixas se chama oki-ya. Embora hoje nem todas as gueixas vivam de fato no oki-ya, normalmente elas começam a carreira morando nesse local. A okami-san, proprietária do estabelecimento, é a responsável pelos negócios e pela formação das gueixas. Ao mesmo tempo em que é a autoridade da casa, atua como uma espécie de segunda mãe para elas. Em geral, a própria okami-san é uma ex-gueixa. 



Os bairros onde as gueixas moram são conhecidos como hanamachi, e os principais bairros estão localizados nas cidades de Kyoto e Tokyo. Uma gueixa iniciante é chamada de maiko - embora também exista a denominação tamago para as aprendizes mais novas. 
Antigamente, não era raro as famílias pobres do Japão venderem suas filhas para bordéis, com o objetivo de reduzir o número de bocas para alimentar. Se essas crianças fossem consideradas bonitas ou muito inteligentes, poderiam ser treinadas para se tornarem gueixas, tendo acesso a uma formação privilegiada. 




Hoje, as poucas jovens que ingressam numa oki-ya o fazem por livre e espontânea vontade, muitas vezes atraídas por uma visão romantizada da profissão ou pelo amor pelas artes tradicionais do país e precisa se submeter a vários anos de rigoroso aprendizado, em que aprende a dançar, cantar e tocar instrumentos (como o shamisen, tradicional instrumento de cordas japonês).Além dessas habilidades, a formação de uma gueixa também pode incluir as artes da caligrafia, da pintura e da cerimônia do chá. 




Os custos do treinamento e dos quimonos são extremamente altos. Por isso, a figura do danna (patrocinador) é crucial para várias gueixas. Ele é o cliente especial que financia esses gastos, e com quem a gueixa mantém uma relação duradoura e íntima - embora muitas gueixas prefiram não ter esse tipo de relacionamento. Não é raro que o danna seja um homem casado, nem que a gueixa se torne seu amante. Mas uma verdadeira gueixa só se envolve sexualmente com um cliente quando assim desejar ou quando seu relacionamento vem de longa data (como é o caso do dana) - mas esse é um ponto de difícil compreensão tanto para os ocidentais como para os próprios japoneses. 




Mas essa vida diferenciada cobra seu preço: apesar de não serem explicitamente rejeitadas pela sociedade japonesa, as gueixas não se inserem no convívio social. 
Quando uma adolescente decide se tornar uma gueixa, a reação dos pais quase sempre é negativa, para dizer o menos; e o casamento, para uma gueixa, é algo impossível, a menos que se desista da profissão. 



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